O projeto Cunhataí Ikhã (Meninas na Luta) é uma iniciativa da Anaí que contou com o apoio do Malala Fund (Fundo Malala), entidade internacional criada pela paquistanesa Malala Yousafzai, que se tornou, em 2013, a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz.
A parceria foi firmada durante visita de Malala a Salvador, em 10 de julho de 2018, e, como todas as iniciativas da Fundação, tem o objetivo de promover a educação secundária de meninas adolescentes.
As ações do projeto foram organizadas em três eixos: diagnóstico, formação e campanha, e propiciou a participação das meninas em atividades dentro das mobilizações do próprio movimento indígena, como a I e II Marcha das Mulheres Indígenas e o Acampamento Terra Livre nacional e estadual, entendendo que a formação política das meninas e jovens passa diretamente pela participação no movimento indígena.
As jovens participaram de ações de incidência política em âmbito nacional e internacional durante o período de realização do projeto. Um dos resultados foi a produção de um diagnóstico da situação escolar indígena na Bahia (2018-2021), a partir da percepção e reflexão das próprias adolescentes indígenas. Ao todo o projeto beneficiou diretamente 47 meninas e jovens.
Um dos destaques do projeto foi a realização, no seu eixo, “formação” ter contado com a participação de mulheres indígenas especialistas em cada um dos módulos. Sendo eles: direito indígena e indigenista, saúde e proteção das mulheres, ativismo digital e mídias sociais e educação indígena e educação escolar indígena.
Outro destaque importante do projeto Cunhataí Ikhã foi o trabalho da equipe executiva na proteção e prevenção de violências de gênero contra as adolescentes indígenas, o que resultou na nomeação do projeto como uma das dez iniciativas inovadoras em prevenção às violências contra crianças e adolescentes, concedido pela Coalizão Brasileira.
O projeto sempre incentivou o protagonismo juvenil de modo em que as jovens sempre possam inspirar outras jovens em suas comunidades e também, nas palavras de Malala, “levantar a voz” em defesa dos seus direitos e fazer suas próprias escolhas.